Parâmetros de análise do HDM-4

Para a avaliação técnica, econômica e ambiental de rodovias, uma das ferramentas mais utilizadas mundialmente é o software HDM-4. Este programa foi criado para que através da análise econômica, seja possível maximizar a extensão de intervenções numa rede rodoviária, visando o maior benefício (retorno financeiro) de cenários estudados ao longo de um horizonte de projeto, comparando-se diversas alternativas.

Ou seja, basicamente o governo compara investimentos, analisando se terá maiores benefícios deixando o dinheiro público aplicado (ou não pegando um empréstimo) ao invés de investir em uma obra de infraestrutura.

Certo, mas o que isso quer dizer? Quais parâmetros são analisados quando uma rede viária é estuda no HDM-4?

Simplificadamente, o modelo dentro do software é alimentado com as características das vias, da região, dos veículos, do tráfego e dados financeiros (custos de intervenção, de manutenção, custos operacionais, entre outros), para que então o programa consiga realizar análises das características considerando e não considerando o projeto proposto. Com esta análise concluída, são desenvolvidos fluxos de caixa para cada alternativa, que nada mais são do que instrumentos de gestão financeira, que tem por objetivo projetar para todas as entradas (receitas) e saídas (despesas), o saldo de caixa para determinado período, medindo a capacidade de pagamento.

Nos fluxos de caixa provenientes do HDM-4, são detalhados os valores referentes aos gastos totais e aos benefícios, resultando nos valores totais líquidos para cada ano do período de análise. Os gastos totais representam o incremento no custo da administração pública com a execução do projeto (investimentos iniciais e manutenção) em comparação com a situação sem a implantação do projeto (apenas manutenção). Já os benefícios correspondem ao aumento de capacidade da via através de sua adequação e/ou implantação, propiciando redução dos tempos de viagem, dos custos de transporte e de acidentes.

Os indicadores econômicos provenientes dos dados do fluxo de caixa são:

  • Valor Presente Líquido (VPL): é utilizado para calcular atratividade de investimentos. Permite comparar investimentos iniciais com retornos futuros. Representa a soma dos valores presentes dos benefícios líquidos, ano a ano;
  • Taxa Interna de Retorno (TIR): corresponde à taxa que, aplicada ao fluxo de caixa (benefício líquido), torna o Valor Presente Líquido igual a zero;
  • Relação Benefício/Custo (B/C): também conhecido como índice de lucratividade, é o quociente entre o valor presente dos benefícios e o valor presente dos custos. Indica quanto se espera ganhar por unidade de capital investido;
  • Payback (Tempo de Recuperação dos Custos ou TRC): representa o período de recuperação do investimento inicial. É obtido calculando-se o número de anos que serão necessários para que os fluxos de caixa futuros acumulados igualem o montante do investimento inicial. O risco do projeto aumenta à medida que o payback se aproxima do final do horizonte de planejamento (vida útil do projeto).

A partir da obtenção destes parâmetros, é possível analisar, comparar e definir qual alternativa de intervenção é mais vantajosa para o poder público e usuários.

Ressalta-se que é indispensável a análise crítica do projetista, para que possa rejeitar os resultados obtidos caso sejam observadas inconsistências ou irregularidades nos resultados, sendo necessária a revisão dos dados de cadastro. Outro cenário onde poderiam ser realizadas revisões no cadastro, mesmo com resultados corretos, é quando se observa a oportunidade de otimização dos indicadores econômicos com modificação das proposições de engenharia como, por exemplo, a mudança de algum método construtivo que reduz custos.

Através do fluxograma a seguir é possível visualizar estes procedimentos, assim como entender onde são obtidos os principais parâmetros cadastrados e avaliados no software HDM-4.

É importante destacar que para Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e Avaliações Econômicas da Solução Técnica Adotada (AESTA), estes parâmetros são extremamente necessários para a tomada de decisões, principalmente a TIR, o VPL e a relação Benefício/Custo, ressaltando a relevância do HDM-4 para projetos de infraestrutura.

Além da análise financeira, o software possui dados de emissão de gases para cada tipo de veículo, sendo possível comparar as alternativas em estudo. Portanto, o HDM-4 não só ajuda a estimar qual alternativa possui menor impacto aos cofres públicos, mas também qual possui menor impacto no meio ambiente, embasando ainda mais a tomada de decisão dos gestores públicos.

Outro ponto importante é que a utilização deste programa é obrigatória para obtenção de investimentos do Banco Mundial para obras de infraestrutura rodoviária, evidenciando ainda mais a importância da fase de estudo de viabilidade.

Ficou interessando em saber mais sobre o HDM-4, como ele funciona e todos os benefícios da sua utilização? Fique ligado nas nossas postagens ou entre contato conosco, ficaremos felizes em responder qualquer dúvida!

Este texto foi elaborado pela Beta Consultoria em Infraestrutura, não podendo ser reproduzido ou distribuído sem a expressa autorização da mesma. As informações contidas neste documento possuem fins meramente informativos, não se caracterizando como relatório, estudo ou análise relacionada a qualquer área da engenharia. Destaca-se, ainda, que estas informações são consideradas confiáveis na data em foram apresentadas, portanto, estão sujeitas a mudanças.

Palavras-chave:

HDM-4. Fluxo de caixa. TIR. VPL. Benefício. Custo. Payback. Intervenções. Análise financeira. Viabilidade. Rodovia. Via. Engenharia. Infraestrutura.

Referências:

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (http://www.dnit.gov.br/)

Ministério do Meio Ambiente (https://www.mma.gov.br/)

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