O Highway Development and Management (Projeto e Gerenciamento de Rodovias), ou simplesmente HDM, é uma ferramenta que permite analisar determinado trecho rodoviário e identificar a viabilidade de soluções propostas.
Desenvolvido pelo Banco Mundial, por mais de duas décadas, as versões iniciais do software foram utilizadas para combinar a técnica à avaliação econômica de projetos viários, direcionando programas de investimento de projetos e aprimorando a estratégia de gestores.
Desde o ano 2000, após diversas atualizações e melhorias, o programa se encontra na sua 4ª versão e, portanto, é conhecido como “HDM-4”.
Ficou interessado e quer saber mais? Descubra como surgiu o HDM, como ele funciona e por que é tão utilizado.
A criação deste modelo de análise de custos teve início em 1968, ainda com o nome de Highway Cost Model (Modelo de Custos Rodoviários), ou HCM. Quando concluído, foi considerado um avanço para época, pois além de considerar os custos de implantação e manutenção da rodovia, também considerava os custos operacionais do usuário.
Para tentar explicar os custos dos usuários, vamos imaginar que você tem duas opções de rota (A e B) para transportar uma carga de caminhão entre as cidades X e Y.
Quando comparadas, tem-se que a rota A é mais extensa que a rota B. Porém, a rota A admite uma velocidade limite maior, possui menos tráfego e características geométricas melhores (poucas curvas horizontais, menos rampas, menos subidas e descidas) do que a rota B.
A partir destas características, qual dessas rotas é mais vantajosa para o transporte pretendido? O que será mais econômico: percorrer uma extensão menor ou uma extensão maior com mais qualidade?
Colocar isso na ponta do lápis e tomar uma decisão não é uma tarefa fácil, aí que entra o diferencial do HDM.
Conforme a famosa expressão “tempo é dinheiro”, o programa consegue estimar o tempo de viagem de cada rota (A e B), considerando as características geométricas e velocidades permitidas, além da extensão de cada via. Então, computando os custos da hora do motorista do caminhão, consumo de combustível (diferente para cada velocidade média), extensão rodada, entre outros, o HDM quantifica o custo de cada rota para que o caminhão percorra o caminho entre a cidade X e a cidade Y.
Com estes custos em mãos, o usuário da via pode escolher qual a melhor rota a ser tomada, ou seja, em qual dos caminhos ele terá os menores custos. Dessa forma, é possível visualizar que nem sempre o menor caminho é o que vale mais a pena, ou vice-versa.
Basicamente, esse é o custo do usuário: o que cada motorista gasta para transpor determinado caminho, seja em combustível, manutenção do veículo ou tempo.
Mesmo com o modelo consolidado, em 1976, o Banco Mundial decidiu expandir o banco de dados do HCM, denominado a partir daí de HDM. Esta nova versão abrangeu estudos complementares, por meio de trechos experimentais, na Índia, no Caribe e no Brasil. Com essa nova abrangência de dados, o software se popularizou como ferramenta de estudo, sendo constantemente atualizado e aprimorado.
Devido à expansão de sua utilização ao redor do mundo, ele precisou evoluir ainda mais, considerando então os efeitos e custos de congestionamentos, clima, segurança do usuário, efeitos ambientais (ruídos e emissão de gases), além de terem sido introduzidos no programa, novos tipos de pavimentos, diversificando as análises possíveis.
Cabe destacar também, que a base fundamental dos custos do HDM-4 é feita através de análises ano a ano do comportamento do pavimento da via, de como este pavimento afeta os usuários e de quanto custa ao gestor manter a via em um estado de conservação adequado.
Além desta análise financeira, o HDM-4 também permite obter dados para comparar situações com benefícios não tão simples de serem mensurados, conhecidos como benefícios indiretos. Estes que, resumidamente, são provenientes de algum impacto social ou alteração que a rodovia possa ter na região onde se encontra.
Conforme mencionado anteriormente, o programa é uma ferramenta de gestão e planejamento, que possibilita comparar o fluxo de caixa de várias alternativas de investimentos a curto, médio e longo prazo.
Esta é a história e algumas das funcionalidades, de forma bastante resumida, do HDM-4, ferramenta de gestão bastante utilizada por entidades gerenciadoras de rodovias e agentes de investimentos ao redor do mundo.
Alguns pontos deste texto serão tratados posteriormente aqui no blog e em nossas redes sociais.
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Palavras-chave:
Rodovia. HDM. HDM-4. Banco Mundial. Custo. Benefício. Planejamento. Gestão. Gerenciamento. Infraestrutura. Manutenção. Investimento. Viabilidade.
Referências:
Highway Development and Management Series, Volume 1, 2006.